quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Mohenjo-Daro: uma sociedade igualitária na Idade do Bronze

Eu precisava vir aqui, limpar as teias de aranha...

Ultimamente uma coisa tem me fascinado – e intrigado. Trata-se de um achado arqueológico : talvez a maior cidade, e mais perfeita, construída há 4500 anos, às margens do rio Indo, no Paquistão. Uma cidade maior e mais confortável que as capitais dos egípcios e sumérios, dotada de um sistema de abastecimento com vasos sanitários de assento e canalização de esgoto em todas as casas; talvez tenha abrigado uma população de cerca de 100 mil pessoas.

“Tudo indica que sua arquitetura nada tinha de pomposo. Uma cidade para cidadãos comuns, com inúmeras casas geometricamente enfileiradas, centro de uma terceira cultura altamente desenvolvida dos primórdios da idade do bronze”. (Revista Geo).

As escavações não mostraram, até agora, indícios da existência de palácios, nem templos, ou estátuas. Ao contrário do Egito e Mesopotâmia, não há vestígios de nenhuma construção monumental, muito pelo contrário, o que se vê são casas com, aproximadamente, a mesma estrutura, que diferiam apenas no tamanho (50 ou 100 m²), feitas de tijolos com proporção estratégica (comprimento igual a duas vezes a largura e quatro vezes a altura), o que possibilitava ao construtor segurar o tijolo com apenas uma das mãos, enquanto a outra ficava livre para que se pudesse usar “argamassa”.

O fato é que há indícios de toda uma sociedade, na Idade do Bronze, de 100 mil pessoas, sem convicções religiosas exacerbadas, quem sabe uma sociedade atéia. E, coincidentemente, essa mesma sociedade também não apresenta indícios de uma hierarquia, seja governamental, seja religiosa: uma sociedade igualitária.

Enquanto, no Egito, centenas de milhares de escravos tiveram de cortar e transportar pedras monumentais, com o intuito de construir um túmulo para o seu “rei-deus”; em Mohenjo Daro, planejadores urbanos geniais desenvolviam toda uma nova cultura habitacional!

Dá pra imaginar o que seria da sociedade contemporânea sem deus(ses)?

 

Vanessa Daiany.

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