terça-feira, 12 de abril de 2011

Tragédia no Rio - O OUTRO LADO.

É difícil determinar até que ponto você deixa de ser você e passa a se tornar um produto do meio em que está inserido.

Quando alguém entra armado numa escola e sai disparando em crianças inocentes, sem nenhum motivo aparente, nós costumamos analisar a ação como individual. Apenas o ato de matar, sem levar em consideração os fatores que a desencadearam.

Como ser social, o ser humano é fruto do meio em que vive. Eu não acho que exista nenhum tipo de pré-determinação ou PRÉ-disposição, sem que exista o fator desencadeamento.

O fato é que nós vivemos numa sociedade etnocêntrica, preconceituosa e tendenciosa. O pensamento de massa, disseminado pela mídia, além de alienar, cria uma série de estereótipos e novos cânones: existe uma religião superior, uma cultura superior e uma imagem superior – que deve compactuar com os padrões estipulados.

Sim, eu to mesmo falando da criança gordinha, baixinha, tímida, que, desde pequena, sofre bulling, e que vai crescer acreditando que é inferior ao colega de sala mais alto, mais magro e mais bonito. Não que esse seja um fator determinante pra transformá-la num assassino em potencial, mas é um agravante...

É muito fácil julgar o ato monstruoso, porque de fato é, mas isso nos isenta da culpa de tê-lo criado – o monstro. Isso mesmo, a partir do momento em que você é conivente com os valores que lhe são estipulados, e, quando esses valores acabam por gerar uma parcela de exclusos transtornados, a responsabilidade, para mim, é a mesma.

Somos co-autores do crime.

Ponto final reticente.

Vanessa Daiany.

14 comentários:

  1. Acredito que o terceiro parágrafo ta meio impreciso. a pré disposição, a pré-determinação é independente do fator desencadeante. A determinação, a prática, a disposição é que não existe sem o fator.

    Qualquer que seja a sociedade em q vivemos, ela vai ser preconceituosa e tendenciosa. A toda hora, novos preconceitos são quebrados e novos são formados. Mesmo a sociedade "sem preconceitos" que vc talvez idealize, nao vai ser nem de longe livre de preconceitos. Só pra dar um exemplo, vc faz um preconceito das pessoas que hoje são chamadas de "preconceituosas". Enfim...
    O ser humano se adapta às regras, onde quer q ele viva. Esse cara foi uma excessão, não se adptou as regras, e nao se adaptaria se a realidade fosse outra. Se nao fosse por bulling, seria por outra coisa. talvez ele nao saisse matando crianças em escola, talvez ele matasse "chefes de escritorios" ou sei lá, qqr outra coisa inimaginavel. Talvez ele nao matasse ninguem, mas causasse algum outro dano à sociedade.
    quando eu digo: "nao se adaptar as regras", eu não falo sobre "nao ser o esteriotipo imposto e ter sofrido bullying". Eu falo no sentido de, tanta gente por ai, milhoes e milhoes de pessoas sofreram bullying e não sairam por ai atirando em crianças nos colegios, e esse cara foi uma excessão
    Não culpe a sociedade pela tragédia (não por essa, especificamente)

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  2. Tuta, queridíssimo *-*

    Sim, a PRÉ-disposição, pré-deterinação existe, de fato, mas precisa sim de um fator externo pra ser desencadeada.
    Quando eu falo em sociedade tendenciosa e preconceituosa, estou automaticamente me inserindo na mesma.
    É exatamente isso, o ser-humano se adapta ao que lhe é imposto. Então, mulheres gordinhas, comecem a vomitar loucamente para ficarem com corpinho da Gisele Bundchen, só porque a ditadura da beleza impôs que magreza é moda, ok? O que idealizo, na verdade, é uma sociedade onde as diferenças, sejam elas quais forem, sejam respeitadas.
    E milhares, milhões de pessoas sofrem bullying o tempo inteiro, no entanto, nem todas elas saem por aí matando um monte de gente. Era sobre isso que eu falava lá em cima: existe gente sem pré-disposição à doenças psíquicas, existe gente com pré-disposição, mas que não desenvolve, e existe gente com pré-disposição que só precisa de um fator desencadeamento, como o bullying, por exemplo, para desenvolver uma doença psíquica. Nesses casos, para mim, a sociedade tem toda responsabilidade sim. O ser humano é, de todo, um ser social, fruto das relações do meio em que ele está incluso.
    Não culpo a sociedade pela tsunami no Japão.

    Beijo, Tuta ;*

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  3. Ah, e quando eu falo em desencadear, é sobre o fato de a pré-disposição gerar algum tipo de transtorno posteriormente.

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  4. Vanessa moral,

    não é esse tipo de adaptação q eu falo. Não estou dizendo que as pessoas tem q se adequar a um padrão imposto. Falo de uma adaptação relacionada a, se vc nao é desse padrão, vc acha uma forma de assim mesmo viver tranquilo. não necessariamente feliz, mas com certeza, não de uma forma a sair matando todo mundo. Eu também não defendo que o povo tem q se conformar e viver triste, simplesmente sem matar ninguem. Eu concordo com a contrução da sociedade onde esse tipo de diferença seja respeitada (incluindo aqui, fugindo um pouco do tema,e só pra provocar um pouco, o respeito à sociedade culturamente desigual na índia, o respeito às touradas na espanha, o respeito a quem quer comer carne e as pessoas que ouvem restart e leem crepusculo), só o que quero dizer eh que voce nao pode fazer essa associação de culpa da sociedade por causa desse cara que não é adaptado no meu sentido da coisa, ou seja, foi só uma excessão.

    Quando as pessoas ditas "normais", e nao loucas, começarem a matar todo mundo em protesto contra bulling, ai sim, vc pode culpar a sociedade, a coca-cola, o caralho a 4, quem vc quiser.

    Deixando claro, ou pelo menos tentando deixar claro, que eu nao gostaria de manter a situação como está hj em dia até o quadro descrito acima se tornar verdade.


    por ultimo,mas nao menos importante, eu nao discordo ideologicamente do seu paragrafo sobre a pre-disposição. A correção foi apenas de que, por mim, vc nao usou os termos corretos. pre-disposição ta lá, simplesmente existe e nao depende de nada. No caso, o Transtorno é que precisa do fator.
    falando quimicamente, a predisposição é como a facilidade do alcool entrar em combustão. Ela simplesmenet existe. a combustão em si, ou seja, o transtorno, é que precisa do fator desencadeante, no caso, a presença de oxigenio e uma faísca. É só questão de termos.

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  5. Ei, deixa eu te dizer que eu me assustei com o tamanho desse comentário! Você poderia ter me dito, hoje de manhã, que fez uma dissertação, daí eu nem aparecia por aqui... kkkkkkkkkk
    Sim, realmente eu me expressei mal quanto a questão da pré-disposição, pré-determinação, mas como, ideologicamente, a gente concorda, não vou me ater aqui.
    Arthur, preconceito é um conceito pré-concebido. À partir do momento em que eu leio crepúsculo, ouço restart, conheço, então, a obra, e, por conhecer - e não gostar - todas as minhas contraposições a esse tipo de coisa são senso crítico, e não mais preconceito. Além do mais, apesar das minhas críticas um tanto ácidas e azedas, confesso, a esse tipo de "cultura", eu não me ponho numa condição superior a quem gosta.
    Quando as pessoas que você julga "normais" começarem a matar todo mundo, em protesto, elas já vão estar psiquicamente abaladas para ainda serem considerada normais, aí a gente cai na mesma situação, só que múltipla. Daí quando eu puser a culpa na sociedade, na coca-cola, no diabo a 4, na verdade, vou estar fazendo a mesma coisa que agora.

    ;***

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  6. Bem bem bem...
    Discussão antiga e que depende dos pontos de vista sobre o que rege o ser humano de cada um logo, possivelmente, chegar a uma conclusão unânime é quase impossivel.
    A começar pela pré-disposição, acredito eu, que ela exista sim sem depender de nenhum fator desencadeante, porém com a presença desse fator o transtorno aparece.
    Não colocaria a sociedade como principal culpada desse atentado e também não a isento da culpa, o Wellington poderia ter feito esse atentado em qualquer que fosse a sociedade que vivesse, assim como também ele poderia não ter o feito nesta mesma sociedade.
    O bullyng é um problema? sim ele é, os pradrões impostos pela sociedade são um problema? sim eles são, mas não são os fatores determinantes para que um atendado como esse ocorra, se fosse assim todas as pessoas que sofrem com essa situação sairiam por aí atacando uns aos outros e isso, como sabemos, não ocorre.
    Existem outros tantos meios de externalizar a raiva e sair por aí matando as pessoas não é o melhor deles, não é? Uma pessoa que não tivesse essa pré-disposição para fazer tal coisa, não faria.

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  7. Sim, é exatamente isso. O bullying não é um fator determinante, nunca foi. Não vai ser nem de longe. Mas para um indivíduo pré-disposto, é um fator contribuinte.
    Eu acho que a sociedade é responsável por todas as suas relações e as conseqüências advindas das mesmas.

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  8. Adoro toda e qualquer discussão entre vc e o Arthur...XD.
    Ps: não vou fazer nenhum comentário.

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  9. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Ao menos você não fica ateando fogo no circo...

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  10. eu jurva que tinha postado outro comentario, mas ele nao ta aqui, então:

    "Quando as pessoas que você julga "normais" começarem a matar todo mundo, em protesto, elas já vão estar psiquicamente abaladas para ainda serem considerada normais, aí a gente cai na mesma situação, só que múltipla. Daí quando eu puser a culpa na sociedade, na coca-cola, no diabo a 4, na verdade, vou estar fazendo a mesma coisa que agora."

    na verdade não. Pessoas cometem crimes por preconceito sem estar psicologicamente abaladas. a umas semanas atras, um grupo de pessoas esfaqueou um travesti numa das principais ruas de campina grande. Esse tipo de crime sim, é culpa da sociedade preconceituosa. o ataque do rio, não.

    outro ponto, vc ja parou pra pensar que o fato de vc nao ter gostado de algumas dessas coisas é puro preconceito?
    e outra, se vc nao se poe a um patamar superior a quem gosta desse tipo de coisa, devia pensar 2 vezes antes de soltar criticas azedas na net. Criticas azedas incitam o ódio e o preconceito, e se não é a sua intenção fazer isso, vc, como dona de um blog na net e teoricamente uma "formadora de opiniões" (não a minha xD) devia ser a primeira a prestar atenção nisso.

    no mais, fiquei impressionado em como vc concordou tão facilmente com o post da kika

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  11. Ah, quer dizer então, que se você está transtornado por uma conjuntura de fatores, dentre eles a influência colérica dos estereótipos sociais, e comete um crime, a culpa é sua, é da deficiência dos seus neurotransmissores. Agora se você comete um crime, sem estar transtornado, só por conta da influência colérica dos estereótipos sociais, então a culpa é da sociedade.
    Direta ou indiretamente, é a mesma coisa.

    O fato de eu não gostar de algumas coisas, é simplesmente o fato de eu não gostar de algumas coisas. Eu não gosto de Restart da mesma forma que eu não gosto de Roupa Nova. Se eu critico Restart é preconceito, se eu critico Roupa Nova é o quê? Da mesma maneira, eu não gosto de Stephanie Meyer, como também detesto Henry Miller. Se eu critico a Meyer, só porque ta na moda, é preconceito. Se eu critico Henry Miller, então é uma crítica a Henry Miller.

    Meu intento aqui não é formar sua opinião, Arthur, e sim expor a minha.

    Kika Santos disse: Não colocaria a sociedade como principal culpada desse atentado
    Vanessa Daiany disse: Eu acho que a sociedade é responsável por todas as suas relações e as conseqüências advindas das mesmas.

    Se isso é concordar facilmente, então o que seria discordar?

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  12. kika dise: "o post da moça"
    Vanessa diz: "Sim, é exatamente isso"
    se isso não é concordar, então eu volto pro ensino primário.

    E se vc quis discordar, e começou com: "Sim, é exatamente isso", só me convence ainda mais de que vc escreve impulsivamente.

    outra, desde o inicio eu venho dizendo a pessoa ser transtornada com algum problema de psicopatisse ou algum semelhante torna o problema totalmente diferente do caso em q a pessoa não tem esse problema. E vc vem usar o meu texto pra defender seu ponto de vista, de que é a mesma coisa...

    seu intento aqui não é formar a minha opinião, mas apenas expor a sua. Eu não discordei disso,nem afirmei o contrário. apenas pedi que vc prestasse atenção no modo como vc escreve. expor a sua opinião publicamente é formar a opinião alheia. Se alguem chegar procurando formação de carater e encontrar seus posts cheios de palavras agressivas contra algo, o que acontece? Ela vai ser contruída pelas idéias que vc põe aqui, sendo sua intenção ou não. E se vc parece preconceituosa, mesmo que não seja sua intenção, como eh q vai ficar a formação alheia?

    A diferença entre vc criticar roupa nova e restart, eh q vc respeita o roupa nova. respeita tanto que usa como exemplo de uma critica julgada "culta", ou sei lá. Deve ter sido essa a intenção do seu exemplo, pra ter usado como apoio de uma "critica construtiva". O restart vc não respeita.

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  13. Vanessa diz: "Sim, é exatamente isso"

    Isso era sobre o que tanto eu, como vc mesmo, como a Kika concordamos ideoligicamente, Arhtur. A gente já tinha concordado que era só uma questão semântica, que era só o fato de eu ter me expressado mal, mas que, ideologicamente, nós detínhamos a mesma opinião sobre o fato de uma predisposição precisar de um fator externo pra gerar uma uma disposição...
    certo?
    Então, nesse ponto, não tinha porque eu ficar prolongando a discussão...
    Eu tô aqui pra expor meu ponto de vista, não pra ficar fazendo birrinha...

    Se alguém vier aqui querendo formação de caráter, vai encontrar uma opinião. E eu não vejo em que ponto isso é agressivo e nocivo, a ausência disso é que seria.

    Eu respeito o Restart, só não gosto. Não existe diferença do que eu penso acerca de Restart do que eu penso acerca de Roupa Nova. A minha intenção em citar Roupa Nova foi mostrar que algo, que hoje em dia não é tão comercial (Ao menos pra a faixa etária em questão), me desagrada tanto quanto algo que eu considero meramente comercial. Não tem nada de preconceito, nem agressividade nisso, é só uma questão de opinião.

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qualé?