quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

(des)construção social

Tem muita coisa acontecendo lá fora, eu sei.
Eu to aqui, escutando Fake Plastic Trees, com oitocentas apostilas espalhadas sobre a mesa. Observando as outras tantas pessoas nas outras mesas, com suas apostilas espalhadas.
Fico pensando que em cada uma dessas apostilas, de cada uma dessas pessoas, há uma construção individual. O emaranhado de mesas, cada qual com sua construção individual, resultaria numa construção coletiva.
Mas cada uma dessas pessoas, motivadas seja lá por quais forem seus motivos individuais, são fruto de uma construção coletiva social anterior a essa que nós somos. E nós, com nossas apostilas e nossos perfis nos sites de relacionamentos influenciaremos numa construção coletiva posterior a nós mesmos.
Eu não sei aonde quero chegar com essa conversa, mas, nesse momento, eu não consigo enxergar de que forma as minhas reações de Grignard, ou o Skinner da moça aqui do lado, ou a bioquímica celular do cara ali da frente, separadamente, podem mudar toda uma concepção de valores futuros.
A nossa sociedade nos dividiu em pequenos departamentos, nós, em cada uma dessas mesas, somos pequenos grupos funcionais de uma coisa maior, o problema é que esses pequenos grupos funcionais se afastaram uns dos outros de uma maneira tão efetiva, tão eficaz, que pensar numa mudança coletiva advinda de pequenas mudanças individuais é tão....tão pouco palpável, nesses dias em que eu deixei de ver o noticiário pra abrir um livro de química orgânica....

Vanessa Daiany.

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