terça-feira, 30 de agosto de 2011

li-ber-da-de

Estava eu pensando sobre asteroides, gnomos e semiótica, enquanto ouvia Shine on you Crazy Diamond do Pink Floyd. E então fui atrás da origem etimológica da palavra LIBERDADE. Li-ber-da-de. Pego uma xícara de café solúvel. Horrível. E então falo alto : Li-ber-da-de. Bom, segundo a minha fonte seguríssima , wikipedia, liberdade vem do latim libertas, que significa independência. Reticências. É também no wikidicionário que eu encontro algumas definições de liberdade, uma delas : direito de um cidadão agir segundo a sua própria determinação, desde que dentro dos limites da lei. Liberdade significa independência. Agir dentro de um LIMITE implica numa co-dependência. Das duas uma: ou liberdade não é independência, ou agir dentro de um limite não é liberdade.
Segundo o wikidicionário, outra definição para liberdade é: estado de quem não está na dependência total de alguém. Ênfase no total. Então, liberdade, segundo a descrição, seria uma dependência parcial. O que só meio contraria a etimologia latina.
Para Nietzsche ( =D ), a tal da li-ber-da-de nada mais é que o desprendimento de qualquer vínculo, de qualquer verdade pré-estabelecida. Já para Max Weber, a liberdade é um risco e pode ter resultados maléficos e/ou benéficos...
Agora, meio de súbito, me vem um outro conceito – o de utopia. Isso mesmo utopia, ou fantasia, ilusão, quimera, como queiram...
E então, o que seria liberdade?


Vanessa Daiany.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ahhh, a constelação de escorpião.


Por esses dias, dá pra ver a constelação de escorpião bem de pertinho. Eu não sei porque é que raios eu tô falando isso. Mas, hoje à noite, se você levantar a cabeça para o céu e conseguir avistar uma estrela avermelhada, pare algum tempo e admire-a. E então admire toda a constelação – é uma das minhas preferidas.

Não vou me ater a descrições técnicas, mas deixo um link legal e resumidinho: http://www.observatorio.ufmg.br/dicas02.htm

Olhe, se você puder, hoje à noite, beba um conhaque, acenda um cigarro, ou um incenso, sei lá, queima alguma coisa, beba alguma coisa, trague qualquer coisa, nem que seja sua própria sobriedade.  Mas olhe para cima e perceba que tem um universo inteiro, muito maior que você.

Um universo inteiro acima do seu senso de superioridade, ou inferioridade, se for o caso; acima das suas convicções, dos seus posicionamentos, das suas pretensões, dos seus medos pueris; dos seus conflitos, sejam eles internos ou externos; acima da sua fome e sede, sejam elas ideológicas e/ou físicas...

E antes que esse texto se torne uma autoajuda fodido, olhe para o céu e veja a constelação de escorpião....

 

Vanessa Daiany

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Desabafo


Olha, vou dizer uma coisa, eu tenho praticamente vinte anos, escrevo assim, por extenso, vinte anos, duas décadas. Meu avô materno escutava Cartola. Ponto. É só isso que eu tenho pra dizer. Eu gosto é de Cartola. Eu não acredito em Deus, meu livro de cabeceira é uma auto-biografia de Glauber Rocha. Eu nem sei se auto-biografia tem hífen, e não quero saber, porque eu não sei escrever e não tenho a mínima vontade de aprender. Eu gosto é de Astronomia. E, ao contrário do que muita gente pensa, não me considero niilista, nem marxista, nem comportamentalista, nem nenhum desses istas que usam pra definir o indefinível.

Eu gosto disso, gosto de puxar aquele “Esconderijos do Tempo” do Quintana da minha prateleira, de madrugada, pra ler “seiscentos e sessenta e seis”.

O que eu não gosto, o que não me desse à garganta, é essa geração, que é a minha geração, praticamente, colorida, querendo implantar a pseudo revolução dos coraçõezinhos partidos. A geração que lota as prateleiras nas livrarias com um monte de livros de estórinhas chulas de vampirinhos modernos. Que conhece duas frases de Clarice Lispector. E que ouve porcaria. E que se dane se eu ando sendo moralista e preconceituosa, mesmo dizendo que eu detesto moralismo e preconceito.

Meu avô materno ainda escuta Cartola. E eu tenho vinte anos. E eu ando lendo Hemingway, então não me peçam pra ser complacente, de jeito nenhum....

Vanessa Daiany.