sexta-feira, 22 de abril de 2011

Em defesa dos Homens!


Assim, meio sem querer, pelas atualizações dos facebooks da vida, vi uma declaração um tanto revoltada sobre o amor não existir e o fato de os homens quererem apenas sexo.

Eu, particularmente, discordo de ambos.

Se há a banalização do “eu te amo”? Sim, as pessoas amam, des-amam, re-amam com uma velocidade incomum. Mas esse é o pseudo-amor. O amor exagerado do status do orkut. A existência desse, contudo, não exclui necessariamente a existência do amor verdadeiro.

Não acho que homem procure exclusivamente sexo. Nunca achei. Homem também procura sexo, assim como mulher procura. Porque é, evolutivamente, uma necessidade. Aliás, homem procura apenas sexo aonde tem apenas sexo. Nesses vazios de todo o resto. E isso não é reflexo de machismo social.

E quanto às mulheres que também partiram corações másculos sem o mínimo de comiseração possível? É excesso de feminismo?

Desencontros, desilusões existem, mas não definem um caráter de massa...

Vanessa Daiany.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Tragédia no Rio - O OUTRO LADO.

É difícil determinar até que ponto você deixa de ser você e passa a se tornar um produto do meio em que está inserido.

Quando alguém entra armado numa escola e sai disparando em crianças inocentes, sem nenhum motivo aparente, nós costumamos analisar a ação como individual. Apenas o ato de matar, sem levar em consideração os fatores que a desencadearam.

Como ser social, o ser humano é fruto do meio em que vive. Eu não acho que exista nenhum tipo de pré-determinação ou PRÉ-disposição, sem que exista o fator desencadeamento.

O fato é que nós vivemos numa sociedade etnocêntrica, preconceituosa e tendenciosa. O pensamento de massa, disseminado pela mídia, além de alienar, cria uma série de estereótipos e novos cânones: existe uma religião superior, uma cultura superior e uma imagem superior – que deve compactuar com os padrões estipulados.

Sim, eu to mesmo falando da criança gordinha, baixinha, tímida, que, desde pequena, sofre bulling, e que vai crescer acreditando que é inferior ao colega de sala mais alto, mais magro e mais bonito. Não que esse seja um fator determinante pra transformá-la num assassino em potencial, mas é um agravante...

É muito fácil julgar o ato monstruoso, porque de fato é, mas isso nos isenta da culpa de tê-lo criado – o monstro. Isso mesmo, a partir do momento em que você é conivente com os valores que lhe são estipulados, e, quando esses valores acabam por gerar uma parcela de exclusos transtornados, a responsabilidade, para mim, é a mesma.

Somos co-autores do crime.

Ponto final reticente.

Vanessa Daiany.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Desmistificando Maquiavel!


Então, depois de três semanas regadas a muito café, energético e comida enlatada, eu, finalmente, arranjei um tempinho pra vir aqui.

Hoje, há pouco, no ônibus pra casa, ouvi, meio que de relance (JURO), a conversa entre duas senhoras. Uma delas se referia a um assassino como um perverso MAQUIAVÉLICO, assim mesmo, com essas palavras.

Penso na minha versão bolso da l&pm pocket meio surradinha de “ O príncipe” e fico me perguntando o porquê dessa associação Maquiavel-perversidade.

Primeiro eu quero dar um doce pra quem me apontar em O príncipe, a célebre frase: “os fins justificam os meios”. Quem, assim como eu, já leu o livro mais de uma vez, sabe exatamente que o italiano nunca a elucidou.

É importante analisar o contexto histórico em que a Itália se encontrava quando a obra foi escrita, por volta de 1500 e pouquinho (estudante de engenharia falando de história é uma merda mesmo.), a idade-média-dark-inside tinha por fim terminado e a onda renascentista-racionalista-cientificista quebrava o dogmatismo religioso. Dividida em ducados e principados, a Itália sofria com invasões de estados já muito bem constituídos e consolidados, então se via uma necessidade meio que gritante de se centralizar o governo.

Para Maquiavel, chegar à centralização, passaria, sobretudo, por uma ruptura entre política e ética.......(muitos três pontos), e Mais: por uma separação definitiva entre estado e os valores moralistas cristãos. O que é, para mim, uma maneira lógica e racional de lidar com a política.

A estratégica política maquiavélica visava, em primeira instância, um governo consolidado, mas que fosse apoiado pela massa, pelo povo. Acho que o autor só é visto dessa maneira tão pejorativa por ter retratado a realidade política como ela é, e não como nós gostaríamos que ela fosse.

Dona moça do ônibus, perversidade e crueldade não são sinônimas de maquiavelismo.

Vambora acabar com esse mito, não é mesmo?

Vanessa Daiany.